sábado, 9 de julho de 2011

Insensatez



De novo perco o acalento de estar só, no imenso vazio de mim
Perdi-me na incerteza de querer-te.
Anseio por te ver, e inquietar-me com suas contradições.

Já faz tempo, que meus olhos te cercam,
Mesmo que os seus não me veja.
Essa latência enjoada de pensar em você
Angustia-me, ainda que de uma forma boa.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Meio




Animismo desconcertante apavora meus ideais profanos,
A busca do nada transforma melancolicamente meu tudo (que tudo?).
As palavras surgem sem á organização necessária para qualquer métrica,
Mas em dia algum eu me preocupei com a métrica.

Ansiedade do presente reflete o incerto futuro
Futuro...
Introspecção... que não dura muito
Às vezes nos tornamos insuportáveis á nos mesmos!

Os gruídos da minha alma se fazem ouvir
Por essas linhas sem vida ou cor,
Mas repletas de vontade.

sexta-feira, 13 de maio de 2011


Não tenho certeza das certezas que tive
Um vazio incomensurável toma-me de forma abrupta.
Já tive certeza que me levariam a qualquer lugar
hoje me basta a lamuria de todas as dúvidas.
Falta-me a insanidade de outro,
O inconveniente cotidiano de dois.

sexta-feira, 8 de abril de 2011


Há anos escrevo devaneios e quase verdades sobre minhas versões de amor. Deleito com o piegas corriqueiramente, desenho em palavras a vivacidade daquilo que sinto em momentos distintos, até mesmo em vãos momentos como esse, cutuco o amor. Sorrio do amor, porque ele é estranho e muito pouco criativo, em suas várias faces se apresenta de forma bem parecida. Acho-o mais imperativo que exclamativo, não quer saber a opinião de ninguém, apenas chega e se instaura. Alguns dizem que ele está fora de moda, mas acredito que ele ainda esteja vivo nessa sociedade "pós- contemporânea", "liquida" e descrente.

domingo, 27 de março de 2011

Demodé



Todas as noites devaneio sozinha sobre o mundo, as relações sociais, meu futuro, futuros de outros que pouco conheço e outros que tanto amo. Queria apenas não pensar. Pensar cansa muito e aumenta as aflições. Seres como eu, altamente ansiosos não podiam nascer com tendências para a área social-humanista, devíamos ser todos destinados obrigatoriamente ao mercado de exatas, contas, resultados, nada de opinõeS, contextoS, pessoaS, realidadeS, tudo sempre no plural e com mais de um ponto de vista. Acho que estamos destinados a derrota (por hora essa parte do texto parecerá mais pessimista do que deveria), a frustração ao sentimento de FALTA. Sempre é possível outro ponto de vista, somos por demais flexíveis num mundo autoritário, tendencioso e estereotipado.

Escarro





Eu sou uma máquina como qualquer outra, com alguns, porém chamados de sentimentos. Alimento, todos os dias com substâncias estranhas, que vão além das comidas normais, me alimento de afeto infindo que encontro em coisas extremamente banais e pessoas que não teria menor motivo para gostar, mas que gosto muito. Todas minhas entranhas, como de qualquer outro animal excretam espessas gosmas, nem sempre de boa aparência, mesmo assim preciso, delas para que a máquina possa funcionar normalmente, ou mandar embora qualquer invasor.

domingo, 20 de março de 2011

Ontem



"Ela não sentia medo, apenas uma alta percepção das coisas"

Desejei por segundos usar qualquer tipo de drogas para aliviar a tensão conseguida durante os 10 meses de uma maluca experiência. De fato não o fiz apenas afoguei-me em xícaras de café e antialérgicos. Não dormi, mesmo sendo essa uma mistura eficiente. Senti profundamente os danos da gripe ao meu corpo, tosse rouca, chiado nos peitos, catarro, dor no ouvido de sempre, esquerdo. Garganta levemente dolorida e o corpo mole.

Mole, corpo mole. Vontade de mandar todo mundo ir plantar orquídea no asfalto. De largar tudo, mudar de cidade e deixar que imploda o sistema público ordinário da cidade em que nasci.

O problema é que a raiva passa. Dormir 12 horas resolve o problema, e acredito que seja mais eficiente que as drogas. Da-le espírito de Che Guevara, e amanhã ou depois tudo voltara ao normal e eu continuarei remando contra a maré.