terça-feira, 22 de fevereiro de 2011


Aos poucos a espada fere , adentra a carne,

o vigoroso carneiro não aguenta e é abatido,

sangra lentamente, e espera o regozijo.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Minha versão para " Tempos liquidos "


Às vezes blasfemo dizendo que nasci em uma geração perdida, na verdade não acredito nisso seriamente. Temos Vinte e poucos anos, muitos já têm famílias, muitos tem apenas filhos, outros já possuem experiências de vida inteira, casaram, tiveram filhos e divorciaram e estão construindo outra família. A grande maioria usa drogas, todos os tipos: cerveja, cigarro, maconha, consumo exacerbado. Correm , o tempo todo correndo, em busca de prazeres voláteis, rápidos, sem o mínimo de entrega.

Continuando minhas blasfêmias sem medo de errar, costumo pensar e até dizer que talvez toda essa nossas inquietações e distorções seja fruto do acelerado desenvolvimento, vendas de corpos, roupas, verdade e mentiras. Ou será porque nós somos filhos dos pais da revolução, da censura e do toque de recolher,que criaram-nos sem explicitar a importância da liberdade, da criticidade, do anseio de melhoras e descobertas. Jogaram-nos a responsabilidade de nos virarmos, com essa rapidez de informações, liberdade desenfreada.

Tenho medo que sejamos apenas álcool, inflamável e volátil.

Será que estamos preparados para as organizações sociais que estamos moldando?

E se tivermos filhos, como educaremos? Prenderemos em casa, com medo que tenham a vida que tivemos?

Somos ansiosos, descontrolados, extremamente démodé. Acreditamos seriamente que somos modernos, mesmo usando a versão de couro do ki chute de nossos pais, agora com uma marca conhecida e “fera”. Voltamos a usar calças com cores de chiclete, muitos acreditam que essa seja uma tendência nova, talvez lançada por mais um ator teen, mas rememore os álbuns de fotos de seus pais, e lá estarão eles, com as calças iguais as lançadas semana passada.

Me inquieto demais com nosso futuro, não sei o que seremos! Acho-nos interessante mas bem desperdiçados.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Fulgaz




Reconheço-me na imagem refletida no espelho,

encontro minhas cores, fortes.


Vejo minhas sombras, nem tão distantes

nem tão sombrias,

apenas sombras,

tão eu, quanto a imagem do espelho.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Noite



Acalentam-me de forma profunda os ruídos da noite.

Sempre bela, instigante e misteriosa me lambe com seu gosto suave.

Produze sombras, silhuetas, vazios cheios de emoções,

Encontro-me nestes espaços e me embebedo de suas possibilidades.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011


O incerto é tão capaz de aliviar como o certo

Fugaz, satânico, sarcástico, as possibilidades que são infindas assim como os medos medíocres.

A solidão é um estado de espírito

Que não se esvai, apenas com a presença de outros

Marcadamente melancólica

Impregna-se nas entranhas, e poucas vezes abandonam seu refém.